Festival do Japão em Minas contou com a presença do embaixador do Japão e do cônsul do Japão no Rio

 

MINAS GERAIS

 

12º Festival do Japão em Minas exalta união e valoriza cultura japonesa ‘de raiz’

 

Na sexta-feira, 21, pouco antes do primeiro dia do Festival do Japão em Minas, era possível ver a coordenadora executiva do Festival, Yukari Hamada, conferindo, atenta, os últimos detalhes antes da abertura oficial do evento. A preocupação tinha explicação. Realizado de 21 a 23 de fevereiro, no Expominas, pelo Escritório do Cônsul Honorário do Japão em Belo Horizonte e pela Associação de Cooperação em Cultura e Tecnologia Brasil-Japão – ACCTBJ, com a ajuda de diversos parceiros, o Festival do Japão em Minas é atualmente o principal evento de cultura japonesa no estado e vem se consolidando como um dos mais importantes do país.

Presidente da ACCTBJ e assessora do cônsul geral Honorário do Japão em Belo Horizonte, Yukari Hamada explica que ser operacional faz parte do seu estilo. E fez questão de compartilhar o sucesso do evento com cada um dos cerca de 60 voluntários que trabalharam nos três dias do festival. “Nem tudo é perfeito, mas com a ajuda de todos, a gente consegue realmente essa união tão importante para realizar um evento tão grandioso, de sucesso de público e com conteúdo.  Costumo dizer que, ‘juntos, somos mais!’. Juntos conseguimos alcançar o objetivo final”, conta Yukari, que no ano passado foi agraciada com a Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata referente à Condecoração de Primavera de 2023 do 5º ano da era Reiwa.

Autoridades perfiladas para a execução do hino nacional japonês

 

Abertura – A cerimônia de abertura contou com a presença do embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi – que ficou até sábado no evento -; do cônsul geral do Japão no Rio de Janeiro, Takashi Manabe; do cônsul Honorário do Japão em BH, Wilson Nélio Brumer; do chefe do Gabinete Militar do Governador e coordenador Estadual de Defesa Civil de MG, coronel PM Paulo Roberto Bermudes Rezende (representando o governador Romeu Zema); do deputado federal Pedro Aihara; da secretária municipal Adjunta de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Chyara Sales Oliveira (representando o prefeito Fuad Noman); da representante sênior da Jica (Japan International Cooperation Agency) Brasil, Reiko Kawamura; do diretor de Licenciamento da Vale, Lauro Amorim; do professor de Engenharia do Centro Federal de Educação Tecnológica da Minas Gerais (Cefet-MG), Daniel Castro; do vice-presidente da Kenren – Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil -, Alfredo Ohmachi e da diretora social do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social -, Teruko Kamitsuji, entre outras autoridades.

Em sua quarta visita à capital mineira, Teiji Hayashi lembrou que era a primeira vez que participava do Festival do Japão em Minas. E não só marcou presença na abertura como também participou de uma oficina de sumi-ê e fez questão de conhecer alguns dos expositores, como o estande da Polícia Militar de Minas Gerais, onde ficou sabendo pela tenente Jaqueline a experiência da instituição com o modelo de policiamento comunitário inspirado no Sistema Koban japonês.

Em seu discurso, o embaixador admitiu que ficou surpreso com a dimensão do festival mineiro. E lembrou que Minas tem uma longa história de cooperação e amizade com o Japão. “Além de várias associações japonesas, Minas também tem algumas empresas representativas como a Usiminas e a Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira S.A.)”, disse Hayashi, que um dia antes foi recebido pelo governador Zema.

Embaixador do Japão, Teiji Hayashi disse que ficou impressionado com o Festival do Japão em Minas

 

Queijo com goiabada – Segundo o embaixador, em conversa com representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), foi informado que, ainda no primeiro semestre, uma comitiva mineira com cerca de 250 empresários, funcionários e autoridades – entre eles o próprio governador Zema – deve visitar a Expo Osaka Kansai, que acontece entre 13 de abril e 13 de outubro. “Será uma ótima oportunidade para estreitar ainda mais nossa amizade e relações políticas e econômicas”, destacou o embaixador, acrescentando que MG também mantém um acordo de irmandade com a província de Yamanashi há 50 anos.

Em tom de brincadeira, Teiji Hayashi disse que a relação de Minas Gerais com o Japão é como “queijo com goiabada”. “Aqui se produz bons queijos, no Japão também produzimos frutas, saquês e outras gastronomias”, disse o embaixador, afirmando que, em Tóquio, mais de 70% das padarias oferecem pão de queijo.

Por fim, o embaixador salientou que este ano se comemoram os 130 anos das relações diplomáticas entre o Japão e o Brasil e “estamos preparando vários eventos em todo Brasil e no Japão”. E, obviamente, aqui em Minas Gerais também”, assegurou.

Cônsul do Japão no Rio, Manabe

 

Aprimoramento – Ao jornal Brasil Nikkei, o cônsul honorário do Japão em Belo Horizonte, Wilson Brumer, disse que o objetivo do Festival do Japão em Minas é “cada vez mais entrelaçar e aprimorar as culturas existentes entre Minas Gerais e Japão”. “São duas culturas que, a meu ver, são complementares. O japonês, assim como o mineiro, é mais cauteloso, demora um pouco mais para fazer amizade, mas quando o faz, é para o resto da vida. A meu ver, temos muito a melhorar essa relação entre o estado e o Japão, através da educação, através da cultura, através do próprio comércio, enfim, dos investimentos japoneses realizados aqui no estado. E a realização desse festival vem de uma certa maneira aprimorar e buscar cada vez mais essas relações”, explicou Wilson Brumer.

 

Valores – Falando em nome de todos os patrocinadores, Lauro Amorim diretor de Licenciamento da Vale, destacou os 70 anos de relacionamento entre a Vale e o Japão. Relacionamento esse, que, segundo explicou Amorim, começou com uma parceria formal em 1955 e hoje “transcende contratos comerciais”.

É uma aliança baseada em valores compartilhados, em objetivos comuns e contribuindo com o desenvolvimento das nações, das empresas e da comunidade”, disse ele, lembrando que o Complexo Carajás também contou com apoio do governo japonês.

Chefe do Gabinete, Paulo Roberto

 

Crescimento e inovação – Representando o governador Romeu Zema, o chefe do Gabinete Militar do Governador de MG e coordenador Estadual de Defesa Civil do Estado, coronel PM Paulo Roberto Rezende frisou que “nossa alegria é ver que esse evento transcende fronteiras”. “É uma oportunidade ímpar para nós todos, em especial para nós mineiros. E essa foi uma determinação do governador. Ele disse: ‘Coronel, vá lá e diga que o estado está de braços abertos para os japoneses e reforce o quanto eu considero essa cultura e esse povo”, transmitiu Rezende, afirmando que “com esse nosso histórico de hospitalidade e de tradição acolhedora, nós mineiros gostaríamos de deixar não só os braços abertos mas dizer que nesse encontro a gente não celebra apenas as nossas diferenças – porque elas nos completam – mas celebramos, sobretudo, os pontos de convergências que nos unem e que são uma oportunidade enorme crescimento e inovação”.

Já Daniel Castro do Cefet-MG falou sobre a parceira com o Japão para implantação de uma unidade escola que vai desenvolver projetos de reciclagem automotiva enquanto a representante sênior da Jica, Reiko Kawamura destacou a atuação da agência japonesa de cooperação, que no ano passado celebrou 65 anos de presença no Brasil.

“Nesse período, a Jica desenvolveu vários projetos no país, com a própria Usiminas, ajudando a desenvolver o Cerrado em Minas Gerais e atuamos em cooperação com a Polícia Militar de MG para melhorar a segurança”, disse Reiko, explicando que a Jica não se limita apenas a desenvolver projetos, mas tem também uma importante atuação na capacitação de pessoas.

Cônsul honorário, Wilson Brumer

 

Compromisso – Único parlamentar nikkei do Estado de Minas Gerais na história do Congresso Nacional, o deputado federal Pedro Aihara destacou a importância do Festival do Japão em Minas. “É uma chama que se a gente não se preocupar em manter a acesa, ela apaga. Eu sou sansei, da terceira geração de japoneses e tenho um compromisso, que não é só um compromisso político, mas um compromisso pessoal mesmo, para que os meus filhos, para os meus netos, para que as pessoas que vem depois de mim, que elas tenham acesso a tudo isso”, disse o parlamentar ao Brasil Nikkei, acrescentando que foi o único parlamentar federal que fez aplicação de recursos no Festival do Japão em Minas.

“Se a gente não organiza esse tipo de evento, a nossa cultura e as nossas tradições ficam completamente prejudicadas. Eu fico muito feliz ao constatar que hoje não só descendentes de japoneses, mas também brasileiros de uma forma geral se interessam pela nossa cultura e colocam o Japão como possibilidade de um lugar onde elas vão passear, estudar ou trabalhar. Aqui a gente tem oportunidade de ver um pouquinho de tudo isso, desde as parcerias que existem, que são as parcerias governamentais e comerciais, até as oportunidades que as pessoas têm de desfrutarem indo para o Japão. Aqui é um momento entendermos a importância da relação japonesa, entender que são 130 anos deste tipo de relação e é uma responsabilidade de todos nós manter essas relações cada vez mais fortes”, concluiu Aihara.

 

Laços – Para o cônsul geral do Japão no Rio de Janeiro, Takashi Manabe, o Festival do Japão em Minas desempenha um papel muito importante para a divulgação cultural do Japão no estado “e para fortalecer os laços de amizade entre Japão e Minas”.

 

Leia mais sobre o Festival do Japão em Minas à pág 12

(Aldo Shiguti)

 

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