COMUNIDADE / BUNKYO
14º Presidente do Bunkyo, Nishio quer formar uma equipe “coesa”
Por aclamação, os conselheiros do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – elegeram, no dia 26 de abril, a Chapa Transição, encabeçada por Roberto Yoshihiro Nishio.
Participaram da 166ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da entidade cerca de 100 pessoas, entre eles 42 conselheiros – além de 8 por procuração. Na ocasião também foram aprovados o relatório de atividades das comissões bem como as Demonstrações Financeiras de 2024, que apresentou, em dezembro do ano passado, resultado positivo no fluxo de caixa de R$ 1.225.700,00.
Mas o item principal da reunião foi mesmo a eleição da nova Diretoria Executiva (presidente, sete vice-presidentes, secretário geral e tesoureiro geral), dirigentes do Conselho Deliberativo e membros do Conselho Fiscal.
Antes da proclamação, Roberto Nishio propôs a outorga do título de ‘presidente de honra’ a Renato Ishikawa, que ora deixava o cargo após três mandatos – ou seis anos – à frente do Bunkyo.
Roberto Nishio (sentado) com sua equipe promesa de muito trabalho e transparência à frente do Bunkyo
Agradecimento – Renato Ishikawa fez, basicamente, um discurso de agradecimento. Agradeceu a sua família – em especial sua esposa, Olga Ishida – aos diretores voluntários que o acompanharam nas três gestões, a cada um dos Diretores Regionais, ao desembargador Kazuo Watanabe, ao Consulado Geral do Japão em São Paulo, à Jica (Japan International Agency Cooperation) e ao seu diretor cultural, Carlos Harasawa, “que mudou a forma de o Bunkyo pedir doação”, agora de forma “global”.
Em seu balanço de três mandatos como presidente da entidade, destacou suas viagens internacionais, principalmente para o Japão e América Latina, sempre acompanhado de jovens – e aqui, um parênteses, com todas as despesas pagas por ele, ou seja, sem ônus para o Bunkyo – quando estreitou contato com a comunidade brasileira residente nesses países. Falou, também de duas das suas principais bandeiras, a valorização dos jovens e dos relacionamentos, sejam eles interpessoais ou entre instituições.
Renato Ishikawa deixou o cargo após três mandatos dever cumprido
Empatia – Renato Ishikawa falou também sobre a importância do acolhimento aos jovens, principalmente àqueles que “não tem sangue japonês”
Ponto que disse “prezar muito”, destacou que o relacionamento “é muito amplo”. Para ele, no entanto, o “primeiro passo para um bom relacionamento é ter empatia”. “Se você não tiver uma empatia, você não prossegue se relacionar”, ensinou ele, que citou como exemplo o relacionamento com Paraná, “ou com a entidade que comanda a comunidade nipo-brasileira do Estado”.
Dever cumprido – “Quando eu cheguei em 2019, me falaram que tinha um problema de relacionamento entre entidades Paraná. Não tive dúvidas. Na primeira oportunidade, convidei o Nishio, que é paranaense de Assaí, para irmos junto a Maringá, onde fomos muito bem recebidos pelo nosso Diretor Regional, Eduardo Suzuki, que preside também a Aliança Cultural Brasil-Japão do Paraná. Fui convidado também pelo deputado federal Luiz Nishimori a visitar as entidades de lá. E foi excelente. Foi o início da quebra do gelo do relacionamento entre São Paulo e Paraná. Hoje nós estamos muito bem”, afirmou.
Ao jornal Brasil Nikkei, Renato Ishikawa disse que, “mais que números” – que também são importantes em uma gestão, diga-se de passagem – ele deixa o cargo com a sensação de dever cumprido. “Claro que gostaria de ter feito muito mais coisas, mas foram apenas seis anos e nesse período acredito que conseguimos realizar muito. Acho que o Bunkyo hoje é conhecido não só no Brasil como principal entidade representativa da comunidade nipo-brasileira, mas também na América Latina e no Japão. E isso nos enche de orgulho”, disse ele, afirmando que pretende continuar colaborando com a entidade, agora de forma mais tranquila, na condição de “presidente de honra”.
Bons números – Décimo quarto presidente do Bunkyo, Roberto Nishio destacou em seu discurso o “orgulho” de pertencer ao Bunkyo. “Orgulho por preservarmos a história da imigração japonesa através do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, orgulho do Pavilhão Japonês e, sobretudo, orgulho pelo trabalho que desenvolvemos em relação aos idosos”, ponderou, lembrando que o Bunkyo cuida de mais de cem idosos presencialmente e outros cem remotamente.
“É um trabalho que não aparece para o público, é um trabalho que gera despesa como já foi salientado pelo nosso diretor tesoureiro Wilson [Otsuka], mas que no fundo nos enche de emoção”, frisou.
Destacou que, ao compor sua chapa, foi agradavelmente surpreendido: “ninguém recusou o convite”. Falou sobre a ausência de três jovens – Hugo Teruya, Rodolfo Wada e Silvio Yamamura – e que a recomposição foi feita à altura, com três importantes nomes: Carlos Harasawa, Leonardo Inomata e Carlos Fukuhara. Outra mudança foi no cargo de tesoureiro, coma saída deWilson Otsuka – que pediu desligamento e a entrada sde Nagato Hara.
Nishio afirmou também não se preocupar com eventuais comparações coma gestão de seu antecessor e, em nome da equipe, prometeu muito trabalho e transparência. E agradeceu “antecipadamente a todos pela certeza da colaboração que receberemos e que nós nos empenharemos ao máximo para que no final do ano o Sr. Nagato Hara possa transmitir os bons números apresentados pelo Wilson Otsuka”.
(Aldo Shiguti)