56º IMIN NO FURUSATO MEGURI
Viagem anual da Kenren reúne cerca de 100 pessoas
José Taniguti*
Os participantes na Igreja Matriz de Lages
O 56º Imin no Furusato Meguri, viagem anual e tradicional da Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil) em parceria com a Service Global Turismo, aconteceu nos dias 4, 5, 6 e de abril. Esses quatro dias formaram o roteiro básico (núcleo da viagem) onde todos os grupos participaram.
O número de participantes foi no total de 97 pessoas incluindo 3 guias e foram divididos em três grupos: 1, 2A e 2B. O grupo 1 fez o roteiro básico incluindo apenas o koryu (intercâmbio com a associação nikkei local). Os grupos 2A e 2B fizeram além do roteiro básico, extensão turística em outros sítios como Treze Tílias e Termas de Gravatal no estado de Santa Catarina.
No primeiro dia, o primeiro ponto de visitação no Parque Sakura em Frei Rogério, onde a comunidade japonesa de Ramos ostenta vários símbolos da cultura japonesa como a Torre da Paz e o sino da paz, multi-torii’s, local do futuro santuário Shintoísta, o pavilhão octogonal, dojo (salão para prática de artes marciais construído com a ajuda da JICA) e, também, a sede social (kaikan).
Na Torre da Paz encontramos uma figura ímpar: trata-se de Wataru Ogawa, de 95 anos, o último sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki. Ele particularmente é de Nagasaki.
A confraternização foi precedida iniciando-se pela saudação de boas-vindas proferida pelo presidente da Associação local, Ernesto Eisaku Onaka, seguido pelo agradecimento à recepção pelo presidente da Kenren, José Taniguti.
Por fim, foi servida a janta que era farta preparada pelos associados de Celso Ramos. Entre as anfitriãs, estava uma figura conhecida de nós que é a Izumi Honda, que até pouco tempo atrás morou em São Paulo e foi presidente da Ibaraki Kenjinkai do Brasil.
Na Torre da Paz
No dia 5, sábado, os grupos saíram pela manhã após o café, em direção a Lages, uma localidade distante cerca de 90 quilômetros de Curitibanos. O encontro com o pessoal da diretoria da Associação Nipo-Brasileira local foi justamente na praça central da cidade onde se realizava a cerimônia de abertura da festa. O presidente da Associação, Sr. Roberto Yamanishi, também estava no palanque junto com as autoridades e fez também a sua saudação.
Depois do almoço deslocamos para o auditório do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Lages – onde foi feito o intercâmbio com a Associação Cultural Nipo-Brasileira de Lages.
Despedimos com a foto de grupo junto com os associados locais ao som da canção “Furusato” e a caravana seguiu em direção a São Joaquim, terceira e última cidade visitada.
No Restaurante Plátano, único restaurante da cidade que tem acomodação para os três grupos ao mesmo tempo, estava o Sr. Fumio Hiragami, famoso plantador de maçãs e de uvas de altitude, que nos aguardava com caixas de maçãs para que provássemos como sobremesa.
No terceiro dia que foi 6 de abril, domingo, partimos rumo ao pomar de maçãs da fazenda do Sr. Hiragami. Lá, as pessoas que viam pela primeira vez as macieiras carregadas de maçãs Fuji ficaram pasmadas com o espetáculo de cores vermelhas num fundo verde, um milagre da natureza que só acontece nessa terra fria de São Joaquim.
Depois dessa visita inesquecível, fomos para a sede da Associação Cultural e Esportiva de São Joaquim, onde os associados aguardavam para uma confraternização. Fomos recebidos pelo seu presidente Sr. Carlos Hiroshi Yamaguchi e sua diretoria.
Na plantação de maçãs Hiragami
Lá tivemos explicações sobre a produção de vinhos e soubemos que os barris para envelhecimento de vinhos são de carvalho cujo custo é de 2.400 dólares americanos e só podem ser utilizados até três vezes. E as rolhas são de cortiças portuguesas. Daí porque os vinhos finos são caros e pouco acessíveis.
O quarto e último dia do Grupo 1 foi uma segunda-feira de céu encoberto. A caravana se dirigiu inicialmente para o Agro Comercial Hiragami, um entreposto de maçãs de várias espécies, incluindo pera e kiwi.
Depois fomos para a Estação Experimental Epagri onde as matrizes das macieiras Fuji que estavam improdutivas por não se adaptarem na região de Celso Ramos foram trazidas para São Joaquim. Devido ao frio do inverno, as maçãs se adaptaram muito bem. Graças às orientações do doutor Kenshi Ushirozawa, que com amor e dedicação fez da maçã Fuji se tornar a melhor maçã de qualidade no Brasil e o Dr. Yoshio Yoshida, enviado pela JICA anos depois e foi também o orientador prestando relevantes serviços para o desenvolvimento do cultivo da maçã Fuji no Brasil.
Concluída a visitação na EPAGRI, o grupo 1 se separou dos grupos 2A e 2B e tomou rumo ao aeroporto da cidade de Jaguaruna no litoral Catarinense. Do aeroporto, embarcamos no avião e por volta das 21 h estávamos aterrissando no Aeroporto de Guarulhos.
*José Taniguti é presidente da Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil)