Sôichi Hayashi com o cônsul geral e convidados presentes no Hatsudate, Shinnenkai e Celebração dos 70 Anos

 

TRADIÇÃO

 

Centro de Chado Urasenke do Brasil celebra Jubileu de Platina

 

O Centro de Chado Urasenke do Brasil realizou, no dia 19 de janeiro, a Primeira Cerimônia de Chá do ano (Hatsudate) e a Celebração de Ano Novo em Comemoração aos 70 Anos da Urasenke no Brasil. As atividades aconteceram na Sala Hakuei-an e no Salão Nobre do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social. A primeira parte da programação teve como palco o quarto andar do Edifício Bunkyo, onde fica a sala de chá. No local, no tatami renovado graças ao povo japonês – que doou 31 peças por intermédio do Consulado Geral de São Paulo e do Programa de Assistência a Projetos Comunitários de Cultura do Governo Japonês – os convidados puderam participar de uma das quatro sessões de demonstração e degustação do chá. Sôichi Hayashi, representante oficial do Centro de Chado Urasenke do Brasil, conduziu a primeira sessão com a participação de professores e alunos.

A quarta e última cerimônia contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu; da cônsul geral adjunta, Chiho Komuro; do representante chefe do Escritório da Jica (Japan International Agency Cooperation) Brasil, Akihiro Miyazaki; do primeiro suplente de vereador do PSD, Aurélio Nomura, e do presidente do Jornal Brasil Nikkei, Raul Takaki, entre outros.

Cerca de 140 convidados participaram dos festejos

 

Shinnenkai e 70 Anos – Após o Hatsudate, os convidados se dirigiram ao Salão Nobre do Bunkyo para a Celebração de Ano Novo e Comemoração dos 70 Anos da Urasenke no Brasil. Cerca de 140 convidados puderam saborear o Osechi Ryori (refeição especial consumida no Ano Novo).

A programação teve início com a Cerimônia de Entrega Oficial por intermédio do Programa de Assistência a Projetos Comunitários de Cultura do Governo Japonês através do Projeto para Renovação de Tatami no Hakuei-an do Centro de Chado Urasenke do Brasil.

Entrega de placa de doação do tatami

Entrega de exemplar do livro ao cônsul

 

Privilégio – O cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, lembrou que teve oportunidade de praticar um pouco o chado (caminho do chá) em Tóquio, no Japão, e por esse motivo nutre não só simpatia como também um sentimento de admiração pelas atividades da Urasenke. Ele destacou ainda o privilégio que é poder participar de uma cerimônia de chá.

“Este ano comemora-se 70 anos do início do Chado Urasenke em São Paulo e para mim é algo muito surpreendente que aqui, do outro lado do planeta em relação ao Japão, poder constatar que muita gente pratica chado e compartilha desse espírito de harmonia”, observou o cônsul.

Sôichi Hayashi, representante oficial do Centro de Chado Urasenke do Brasil participa da primeira sessão do Hatsudate

 

Mais praticantes – Soichi Hayashi expressou sua gratidão e disse que, “a partir de agora, esperamos receber muitos brasileiros nos novos e refrescantes tatamis e deixá-los desfrutar da atmosfera única e tranquila da cerimônia do chado, que não pode ser encontrada em nenhuma outra cultura”.

Sôchi Takeda (Julieta Ishii) e Sôsei Takeda

 

Livro – Na sequência, Sôichi Hayashi entregou ao cônsul o exemplar do livro “Cultura Japonesa – Um encontro com a Cerimônia do Chá”, em comemoração às sete décadas da Urasenke no Brasil. O livro é uma compilação de artigos elaborados e publicados no site da Urasenke, organizado pela Comissão Editorial, que faz parte do site. De acordo com Verônica Hayako Nagae, “foram selecionados artigos relacionados à cultura japonesa que pudessem enriquecer, um pouco mais, o conhecimento de cada um, e despertar a curiosidade daqueles que se interessam pela tradição e costumes do Japão, bem como pela cerimônia do chá”.

Sômi Matsubara, Sômi Ikeda e Sôki Chaki

 

Mensagens – Em seguida, dando início às celebrações do seu septuagésimo aniversário de fundação, o representante oficial do Centro de Chado Urasenke no Brasil leu, em japonês, as mensagens do 15º grão-mestre da Urasenke, Sen Genshitsu, e do 16º grão-mestre, Sen Sôshitsu, que foram lidas em português por Valderson de Souza.

Carmen Luci, Yokobatake, Takahashi

 

Comovente – Grão-mestre emérito, Daisosho expressou condolências pelo falecimento de Erisson Thompson de Lima Júnior, que atuou como representante do Centro de Chado Urasenke do Brasil por muitos anos. Lembrando sua trajetória para disseminar a cerimônia do chá, explicou que visitou o Brasil pela primeira em 1954 quando estabeleceu a filial da Urasenke em São Paulo, “para captar o entusiasmo das pessoas daqui, longe do Japão, que estão tecendo a cultura e o espírito japoneses através da prática e treinamento da cerimônia do chá”.

Segundo ele, “é profundamente comovente ver que, no decorrer de 70 anos, o espírito do chá tem sido transmitido geração em geração, ultrapassando as fronteiras étnicas, sendo a sala de chá Hakuei-an, sua sede, e não consigo suficientemente expressar a minha gratidão pelo apoio e cooperação de tantas pessoas”, afirmou o 15º grão-mestre, acrescentando que “o chadô é o caminho que nos leva a pensar na outra pessoa e orar pela sua felicidade através de uma tigela de chá”. “Espero que continuem a preparar o chá com o coração puro, a aplicar o sentimento de ‘pelos outros’ em todos os aspectos da vida diária, e a contribuir para uma maior compreensão múltipla e amizade entre o Japão e o Brasil”, finalizou.

Homenagem a professora Sôchû Hoshi

 

Cultura viva – Em suas palavras de saudação, o 16º grão-mestre da Urasenke lembrou que, “desde a sua inauguração como a primeira filial da Uranseke na América do Sul, a Chado Urasenke Tankokai do Brasil, com sede em São Paulo, tem trabalhado para popularizar a cerimônia do chá e promover o intercâmbio cultural por meio dela, e conquistou um sólido caminho como ponte cultural entre o Brasil e o Japão”.

E explicou que “a cerimônia do chá em si é uma cultura viva”. “Até agora muitos pioneiros em várias partes do mundo estabeleceram as raízes da cerimônia do chá, aproximando-se dos seus respectivos ambientes e costumes e expandiram suas possibilidades com ideias flexíveis. Esperamos que a cerimônia do chá continue a ser nutrida no ambiente generoso e diversificado do Brasil”, concluiu.

Homenagem às Regionais

Homenagem à Regional de SP e outras

Homenagem da Urasenke às Entidades

Homenagem às novas gerações

 

Homenagens – A programação contou ainda com uma série de homenagens nas Categorias Individual – Pessoas de Mérito que continuam praticando o chá durante 70 anos: Tomoko Takeda Sôchi – representada por Julieta Kiyoka Ishii – e Augusta Kiyomi Takeda Sôsei); Instrutores na Sede Central (Sômi Matsubara, Sômi Ikeda e Sôki Chaki); Instrutores que ensinam no Colégio Oshiman (Carmen Luci Sôka, Sôyû Yokobatake, Sôshô Takahashi); no Centro de Estudos Japoneses da USP (Sôchu Hoshi); às Regionais de Londrina (Toshiko Ogata Sôshun), Mogi das Cruzes (Kikuko Kôsai Shiki Sôki), Rio de Janeiro (Hisako Ono, in memoriam – representada por Akemi Ono) e Registro (Terue Yagyû Sôshô – representada por Lina Harumi Shimizu); à Regional de São Paulo e outras: Klécio Oliveira (Sôwa), Valderson de Souza (Sôchi), Noriko Mizumoto (Sôhô), Ricardo Dôshin Esteves (Sôyû), Iumi Takeda (Sôyû) e Setsuko Yamazaki (Sôsetsu); e às Crianças (Miwa Assaumi, Mei Assaumi, Felipe Kashima, Yasmin Miwa Pucci, Kou Assaumi, Melissa Akari Miyake, Arthur Yokobatake e Miwa Sigaki).

 

Entidades – Na Categoria Entidades foram homenageados o Curso de Cerimônia de Chá USP do Centro de Estudos Japoneses da USP; o Curso de Chá no Colégio Oshiman; a Construtora Hoss; a Fundação Kunito Miyasaka e a Japan House São Paulo.

 

Kagami Biraki – A comemoração teve direito ao tradicional ritual japonês do Kagami Biraki (abertura do barril de saquê) com a participação das autoridades presentes e brinde conduzido pelo presidente da Enkyo – Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo – Paulo Saita.

Durante o almoço, foram sorteados diversos brindes. Duas apresentações artísticas – com Hiromi Coppede (na flauta transversal) e a Escola de Dança Fujima (com Yukie Hideshima, Yukie Kurimori e Daniel Suzuki) encerraram a programação.

(Aldo Shiguti)

 

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